Em Revirando a História de Guarulhos, seu autor, que foi prefeito de
Guarulhos entre 2001 e 2008, investiga a história da cidade
sob a perspectiva dos setores populares
da sociedade. Aborda o perfil geográfico e demográfico do município, o
processo de industrialização, a história da administração municipal entre os
anos de 1920 a 1990 e a trajetória dos partidos de esquerda. O livro tem ainda a
apresentação de Emir Sader.
Nas palavras de Pietá:
“Este livro dedica-se a mostrar como se formou a cidade de
Guarulhos. Expõe seu processo de industrialização, a origem de seus habitantes,
o enriquecimento de poucos e as duras condições de vida de centenas de milhares
de pessoas. Analisa como algumas famílias privilegiadas sempre dominaram o
poder local e dele tiraram proveito. Avalia a Prefeitura, a Câmara Municipal e
mostra como funciona o mecanismo de acesso ao poder, de favorecimentos e de
corrupção. Conta como se deu a criação e o desenvolvimento dos sindicatos, das
inúmeras outras formas de organização popular e das organizações políticas
geradas nesse meio. Ajuda a entender uma das grandes cidades do Brasil
contemporâneo. Contribui, por isso, para um melhor conhecimento do país”.
Abaixo, excerto extraído do livro:
“O prefeito Oswaldo de Carlos elegeu-se facilmente por
quatro motivos principais:
Primeiro: O PMDB capitalizava a insatisfação popular contra a ditadura militar e seu partido, PDS, bastante desgastado. Segundo: a administração local anterior saía com boa imagem. Terceiro: o candidato havia montado uma rede de cabos eleitorais espalhados em todos os bairros, empregados públicos liberados para fazer a sua campanha, ao mesmo tempo dirigentes de Sociedades Amigos de Bairro. Quarto: tinha recursos fáceis para uma campanha massiva; os cofres públicos, somados aos recursos de grandes imobiliárias, empreiteiras, empresas de ônibus e outros empresários, todos com interesses junto ao poder público.
Primeiro: O PMDB capitalizava a insatisfação popular contra a ditadura militar e seu partido, PDS, bastante desgastado. Segundo: a administração local anterior saía com boa imagem. Terceiro: o candidato havia montado uma rede de cabos eleitorais espalhados em todos os bairros, empregados públicos liberados para fazer a sua campanha, ao mesmo tempo dirigentes de Sociedades Amigos de Bairro. Quarto: tinha recursos fáceis para uma campanha massiva; os cofres públicos, somados aos recursos de grandes imobiliárias, empreiteiras, empresas de ônibus e outros empresários, todos com interesses junto ao poder público.
Ele não tinha programa administrativo. A única mensagem era:
“Somos PMDB e vamos dar continuidade à administração anterior”.
Com isso continuaria em vigor todo o plano executado na
cidade nos anos precedentes, sem atacar nenhum problema pela raiz. Exceto numa
nova conjuntura: os homens do PSDB sabiam, mas não diziam durante a
campanha, que as finanças públicas
estavam quebradas; o município mergulhado em dívidas; e o país vivendo um
período de crise econômica”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário