Páginas

domingo, 18 de novembro de 2012

Oficina de livros em branco feito à mão


Devido ao desenvolvimento de equipamentos digitais de leitura como novos suportes de informação percebe-se um renovado interesse pelo livro enquanto objeto artesanal e artístico, e, portanto, terapêutico.

No dia 15 de dezembro de 2012, das 16h às 19h, faremos aqui no ateliê do Coletivo 308 uma oficina básica de livros em branco feitos a mão. A proposta da oficina é  a confecção de 3 modalidades de livro em branco, em ordem de complexidade: livro instantâneo, “chap book” e livro copta.
A ministrante da oficina, Lucia Sasaki, é bibliotecária de formação e aprendiz de: contadora de histórias, mediação de leitura, tradução inglês-português e encadernação artesanal e entende que uma das maneiras mais eficazes de continuar aprendendo é ensinando o pouco que sabe.


SERVIÇO
OFICINA DE LIVROS EM BRANCO FEITOS A MÃO
Dia: 15 de dezembro de 2012
Hora: 16h

Local: Espaço do Coletivo 308
Endereço: Rua Pascoalina Migliorini,
Telefone:2421 6982

6 vagas
Evento gratuito

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Era Assim Ponte Grande





Materia produzida pela Canal Guarulhos sobre o bairro da Ponte Grande veiculada no programa Canal Guarulhos. Imagens: Rafael Barbosa e Pedro Giovani. Edição: Guilherme Oliveira.


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

À sombra das bibliotecas em flor: Roda de Leitura Neuromancer

À sombra das bibliotecas em flor: Roda de Leitura Neuromancer: Neuromancer, do escritor norteamericano William Gibson foi o romance distópico escolhido para fechar as Rodas de Leitura no Espaço ...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Contação de histórias na biblioteca

  No dia 28 de outubro de 2012, domingo, às 16h, vamos fazer aqui na Biblioteca Comunitária uma sessão de Contação de Histórias com a educadora Ana Carolina Gomes. As crianças do bairro e quem mais quiser podem participar. O objetivo é ler, se você souber ler, ouvir, se você souber ouvir, e inventar, se você souber inventar, novas histórias a partir de um jogo.
Todo o mundo convidado.

Diógenes Furlan

Diógenes Rodrigues Andrada Furlan mora em Sampa, mas é funcionário público em Guarulhos  e trabalha na Ponte Grande, no estádio Arnaldo José Celeste. Diógenes é um poeta e escritor nas suas horas vagas e tem muitos poemas e pensamentos, manuscritos, guardados em cadernos. Alguns já estão digitados e, dentre esses, digitalizamos alguns e postamos em um blog para apreciação dos leitores interessados. Em breve postaremos outros trabalhos dele.

http://poemasdediogenes.blogspot.com.br/

sábado, 13 de outubro de 2012

As 7 benzedeiras e suas histórias - Débora Kikuti


Débora Kikuti, além de uma grande amiga, é uma contadora de histórias maravilhosa. Faz parte do Núcleo Baquirivu, da Comissão Paulista de Folclore, coordena o Coletivo de Arte "Casa das Histórias" e realiza, desde 2003, no dia 31 de outubro, a Festa do Saci. Ela lançou o seu primeiro livro, As 7 benzedeiras e suas histórias, no dia 4 de agosto de 2012, na pracinha ao lado do teatro Nelson Rodrigues, na Vila Galvão. A publicação foi possível após o seu trabalho ser contemplado pelo ProAc, Premio da Secretaria Estadual de Cultura para a Promoção da Continuidade das Culturas Tradicionais no Estado de São Paulo. 

"
O foco deste trabalho é o feminino dentro da tradição oral paulista e pretende contar de forma encantada, assim como eu conto as histórias pelo mundo, as histórias de iniciação de sete mulheres benzedeiras, ou rezadeiras como muitas pessoas conhecem, moradoras da cidade de Guarulhos/SP. Como flores que sobrevivem no asfalto, todas elas ainda exercem este ofício onde a fé é elemento fundamental. Pelas mãos dessas mulheres, os bons sentimentos e a esperança de que tudo pode ser melhor, chega como uma possibilidade de cura. As histórias precisam ser contadas!". Débora Kikuti.




As 7 benzedeiras e suas históras já está
disponível aqui na biblioteca.


domingo, 23 de setembro de 2012

RODA DE LEITURA - Chuva Negra



Dia 1º de setembro passado, tivemos o prazer de receber mais uma edição do Projeto Roda de Leitura. Desta vez, o livro analisado foi Chuva Negra, romance de Masuji Ibuse, publicado originalmente em 1965. A obra revela como a experiência traumática da bomba atômica que atingiu Hiroshima em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, permanece atual como expressão dos vários reflexos de um evento atroz na experiência pessoal de cada vítima e na história da humanidade em geral. 

Veja mais no blog do Coletivo 308

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

RODA DE LEITURA 2012 - Neuromancer


Dia 29 de setembro Lucia Sasaki estará novamente na biblioteca para mediar a RODA DE LEITURA. Dessa vez o livro é Neuromancer, de William Gibson.
Escrito em 1984, Neuromancer é considerado um clássico da literatura de ficção científica e cyberpunk.

Sinópse:

Um hacker renegado, uma samurai das ruas, um fantasma de computador, um terrorista psíquico e um rastafari orbital num thriller sexy, violento e intrigante. De Tóquio a Istambul, das estações espaciais ao não-espaço da realidade virtual, o tenso jogo final da humanidade contra as Inteligências Artificiais... Evoluindo de Blade Runner e antecipando Matrix, Neuromancer é o primeiro livro de William Gibson.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

RODA DE LEITURA 2012 - Chuva Negra

Dia 1º de setembro, às 15 horas, a Biblioteca Comunitária e Ateliê do Coletivo 308 receberá mais uma vez Lucia Sasaki para a realização de mais uma RODA DE LEITURA 2012. Para esse encontro o livro que será debatido é Chuva Negra, romance de Masuji Ibuse de 1965. Lucia é bibliotecária, contadora de histórias e realiza o projeto RODA DE LEITURA desde 2008, sendo que atualmente ela faz dois encontros por mês, um na Biblioteca Comunitária da Ponte Grande e outro dentro da Livraria Nobel, no Espaço Novo Mundo, Av. Salgado Filho, 1453.
Para participar é fundamental que os participantes compareçam com a leitura individual já realizada para faciliar as discussões a respeito da obra literária.




Chuva Negra
Autor: Masuji Ibuse
Editora: Estação Liberdade
Páginas: 325
Sinopse: ‘Chuva Negra’ (Kuroi Ame), é a principal obra do escritor Masuji Ibuse. Publicado originalmente em 1965, o romance revela como a experiência traumática da bomba atômica que atingiu Hiroshima em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, permanece atual como expressão dos vários reflexos de um evento atroz na experiência pessoal de cada vítima e na história da humanidade em geral. Na trama, passados quase cinco anos da explosão, Shigematsu Shizuma e sua mulher, Shigeko, ambos com os sintomas daqueles que foram expostos à radioatividade, tentam arranjar um casamento para a sobrinha Yasuko. O boato de que também ela estaria contaminada, porém, afasta os pretendentes. Para provar que os comentários são infundados, o tio decide transcrever o diário da sobrinha daquela época, além de seu próprio e o da esposa, mas os escritos provam que a jovem esteve sob a ‘chuva negra’ a caminho de Hiroshima. Suprimir ou não essa informação? E o que não estaria registrado a tinta pelo tio no novo manuscrito mudaria os rumos da história esboçada por aquela outra tinta que caiu do céu e se inscreveu no sangue de Yasuko? ‘Chuva Negra’ também se tornou um marco do cinema japonês. Foi adaptado para as telas pelo diretor Shohei Imamura (1926-2006), em 1989. Recebeu menção especial no Festival de Cannes em 1990.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Como não ser enganado nas eleições - Gilberto Dimenstein


Capa-do-livro-Como-nao-ser-enganado-nas-eleicoes

João Luís de Almeida Machado é Doutor em Educação pela PUC-SP; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP); Professor Universitário e Pesquisador; Autor do livro "Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema" (Editora Intersubjetiva).
Precisamos aprender com urgência

“Ao votar, a primeira recomendação é ter calma. Eleição é assunto sério, o voto é um ato de cidadania importante e precisa ser muito bem pensado, analisado. Além do mais, votar não é apenas escolher um candidato, colocar o voto na urna e pronto, acabou. Quando você vota, escolhe alguém que, se eleito, deverá representar todos os seus eleitores”. (Herbert de Souza, o Betinho, no prefácio do livro “Como não ser enganado nas eleições).


Há certas histórias relacionadas aos períodos eleitorais no Brasil que parecem apenas parte do anedotário nacional. Casos como aqueles dos eleitores que trocavam botas por seus votos e que recebiam um dos pés desse calçado antes do voto e o outro depois de consumada a sua escolha (em prol do candidato que o havia corrompido), são muito mais do que simples piadas, são questões muito sérias, que merecem um cuidadoso exame e criteriosas formas de educar os eleitores para evitar que isso volte a acontecer.
O jornalista Gilberto Dimenstein teve a felicidade de pensar a respeito do tema e, há alguns anos atrás, reuniu algumas personalidades de destaque da área cultural para produzir um precioso livro destinado a estudantes. O título desse livro não podia ser mais direto e objetivo, trata-se da obra “Como não ser enganado nas eleições”, publicado pela Editora Ática, com o apoio do grupo Folha Educação e da Associação de Escolas Particulares.
Entre os colaboradores dessa publicação estão jornalistas e articulistas como Carlos Heitor Cony, Elio Gaspari e Boris Casoy, os sociólogos Bolívar Lamounier e Herbert de Souza (o Betinho, já falecido) ou ainda o publicitário Washington Olivetto, entre outros. Pelos nomes e pela repercussão dos trabalhos e obras de cada um deles (inclusive do próprio Dimenstein), dá para ter uma idéia da seriedade desse trabalho.
Desenho-em-preto-e-branco-de-homem-se-fingindo-de-super-heroi-dizendo-minha-gente
“Você sabe que um candidato é mentiroso e tenta enganá-lo quando:- 1- Tem soluções para todos os problemas e, pior, tentar provar que há recursos e que é possível resolvê-los todos se for eleito; 2- Diz que vai realizar mais obras e prestar mais serviços (aumentar mais as despesas) e, ao mesmo tempo, afirma que vai reduzir os impostos, ou mesmo que não vai aumentá-los; 3- Gasta mais tempo em criticar os adversários e as propostas deles do que na defesa de suas próprias idéias”. (Ronald Kuntz, especialista em Marketing Político, em artigo constante do livro “Como não ser enganado nas eleições”; seu artigo tem 16 orientações sobre políticos mentirosos e informações importantes para o eleitor entender e analisar imagens e atitudes desses mesmos políticos).


Isso é inclusive muito importante para que tenhamos sempre em mente que eleição é assunto muito sério e que exige responsabilidade da parte de cada eleitor ao depositar seu voto na urna (ou, atualizando, ao clicar referendando o nome de um candidato ou de uma legenda política nas modernas urnas eletrônicas).
Outro dado muito importante refere-se ao fato do livro ter sido editado em 1994, portanto há dez anos atrás e, apesar dos avanços percebidos na área, continuar sendo um documento atualizado, que se presta a informar os novos eleitores dos meandros e desvios existentes na política brasileira.
Histórias como aquela contada no início desse artigo, em que nos referíamos a uma prática relacionada à República Velha, no tempo em que os Barões do Café controlavam o país, dentro do ciclo do Café com Leite, continuam ocorrendo. O pior de tudo é constatar que não são casos isolados e não se restringem apenas a pequenos municípios, de regiões isoladas, onde os índices de analfabetismo são altos. Também não estão limitados a bairros periféricos das grandes cidades, onde o desemprego e os baixos salários poderiam contribuir para que os eleitores se sentissem compelidos a barganhar o seu voto em troca de favores materiais.

Continue lendo aqui...

Sugestão de leitura da biblioteca Comunitária da Ponte Grande

terça-feira, 3 de julho de 2012

Sem Tesão Não Há Solução, de Roberto Freire

Best-seller que defende o fim do bloqueio que a sociedade impõe à satisfação do prazer, reunindo três ensaios nos quais Roberto Freire destila suas pesquisas e reflexões sobre Psicologia e Política. Segundo Freire, Sem tesão não há solução influenciou a introdução do uso da palavra tesão, com seu atual significado, no português falado no Brasil. Usada apenas para descrever excitação sexual, após o lançamento e as sucessivas edições do livro, a palavra deixou de ser chula e ganhou todas as faixas etárias e camadas sociais, literatura, rádio e TV, foi publicada em revistas e jornais. E sempre com o sentido que Freire lhe deu: paixão por algo que desperte prazer, beleza e alegria.
fonte: http://www.somaterapia.com.br/



Sobre o catolicismo, a psicanálise e o tesão 

 

"Na cultura ocidental contemporânea existem duas correntes de pensamento trágico que nós, homens que optamos pela ludicidade de viver, devemos denunciar e combater: o Catolicismo e a Psicanálise. O Catolicismo centra sua ação catequética e sua liturgia na perseguição, tortura, desespero e morte de Jesus Cristo, impondo como simbologia principal o filho de Deus crucificado, assassinado. Nada mais trágico, mais triste, menos belo. Porém, a atração e fascínio que exerce, deve ocorrer por conta de uma forma de prazer sadomasoquista, próprio da fé cristã. Inclusive, a beleza mórbida e repugnante que alguns crucifixos podem possuir, não disfarça sua função mórbida e cruel de fazer os fiéis sentirem, ao contemplá-los, dor, culpa e remorso.
Sem Tesão Não Há Solução, exemplar da Biblioteca Comunitária

Nascida do pensamento de um homem genial, mas profundamente pessimista, triste, amargo e ressentido, a Psicanálise reflete as características da história da religião e da raça judaica no mundo. Sigmund Freud era um homem que, segundo seu discípulo Wilhelm Reich, permitia-se pouca convivência com o prazer, com a beleza e com a alegria lúdicos da existência comum, o que provam suas obras principais. Afirmar a existência, no homem, de um instinto de morte, é supor ser a morte um mal, algo destrutivo e não simplesmente a ausência, o fim da vida. A sua afirmação de que a morte é uma entidade equivalente à da vida, parece coisa mais de sua formação religiosa que da científica, pois ela sujeita o homem aos poderes políticos (via religião ou via ciência) para ser exorcizado do mal inerente à sua natureza imperfeita. Isso os torna incompetentes e perigosos para a vida social, sem proteção, tutela e controle permanentes. Enfim, dependência, resultante da suposição de sua incapacidade natural para a autonomia e a autodeterminação.
Vivendo em sistemas políticos autoritários, aos quais tanto religião como ciência estão ligados, associados e dependentes, a visão trágica da existência é um dos suportes ideológicos mais poderosos e úteis para a sua manutenção. Assim, por exemplo, a análise infinita e inútil do complexo de Édipo. Para mim, não passa de um exercício de poder, tentativa de sujeição ao poder do pai, bem como ao do analista. Édipo, personagem da tragédia grega, que arranca os próprios olhos como punição para aliviar o sentimento de culpa por ter transado sexualmente com uma mulher que desconhecia ser sua mãe, mostra claramente como Freud, ao adotá-lo para simbolizar o complexo por ele descoberto, necessitava do sentimento trágico da existência para justificar a crença de que a vida lúdica dos homens estará inexoravelmente sujeita ao controle e punição por parte dos poderes autoritários e deuses antropomórficos, criados e utilizados por seus representantes na Terra.
Estou querendo concluir que a religião judaica e a cristã, bem como tudo aquilo que a elas está ligado, direta ou indiretamente, como a Psicanálise, por exemplo, representam o antitesão. Porque essas coisas existem apenas para combater e impedir o viver natural lúdico, e, sobretudo, o relativismo existencial que chamamos de liberdade. O tesão, assim, tanto o de fundo inconsciente (individual e coletivo na pessoa) quanto o consciente, é a principal arma que dispomos para lutar contra todas as tentativas de nos imporem as dependências, as limitações e as culpas que impedem as mutações existenciais e culturais, que fazem do homem um ser revolucionário."

Roberto Freire

terça-feira, 26 de junho de 2012

Paulo Leminski

Leite, leitura
letras, literatura,
tudo o que passa,
tudo o que dura
tudo o que duramente passa
tudo o que passageiramente dura
tudo,tudo,tudo
não passa de caricatura
de você, minha amargura
de ver que viver não tem cura

segunda-feira, 25 de junho de 2012

RODA DE LEITURA - O Senhor das Moscas










Em julho, no dia 28, às 15 horas, o Ateliê do Coletivo 308, estará recebendo, mais uma vez, Lucia Sasaki, para a realização de mais uma RODA DE LEITURA 2012. O livro escolhido para esse encontro é outro clássico da literatura distópica: O Senhor das Moscas, de William Golding. Lucia é bibliotecária, contadora de histórias e realiza o projeto RODA DE LEITURA desde 2008, sendo que, atualmente, ela faz dois encontros por mês, na Biblioteca Comunitária da Ponte Grande e dentro da Livraria Nobel, no Espaço Novo Mundo, Av. Salgado Filho, 1453.
Para participar é fundamental que os participantes compareçam com a leitura individual já realizada para faciliar as discussões a respeito da obra literária.


Leia abaixo a sinopse de O Senhor das Moscas.





da Folha de S.Paulo

Um avião lotado de crianças e adolescentes cai numa ilha deserta. Os jovens sobrevivem e, aos poucos, vão se reunindo num grande grupo. Em assembléia, os meninos designam um líder. Longe dos códigos que regulam a sociedade dos adultos, esses jovens terão de inventar uma nova civilização, alicerçada exclusivamente nos recursos naturais da ilha e em suas próprias fantasias.

Até aí este romance do inglês William Golding poderia ser lido como simples aventura infanto-juvenil, cheia de caçadas, banhos de mar e, ao final, a descoberta de um tesouro escondido por piratas. Mas não é o que ocorre. Apesar dos esforços iniciais de organizar uma sociedade auto-suficiente e equilibrada, o bando vai progressivamente cedendo à vida dos instintos, regredindo às pulsões de violência e de morte. A disputa pelo poder é um dos estopins da desordem. E o paraíso do "bom selvagem" acaba em carnificina.

Invertendo o clássico Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, em que um único indivíduo conseguia impor a civilização ao estado de natureza, Golding expressa neste romance sua descrença na bondade inata dos homens e em sua capacidade de criar um mundo melhor.

Lançado em 1954, menos de uma década após os campos de concentração nazistas e a bomba de Hiroshima, o livro carrega esse destino já no título: "Senhor das Moscas" é a tradução literal da palavra hebraica Ba'alzebul - em português, "Belzebu".

segunda-feira, 18 de junho de 2012

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cidadela, de Antoine de Saint-Exupéry


resenha públicada por Ana Bailune


Cidadela, disponível na Biblioteca Comunitária
Há muitos e muitos anos, quando eu era apenas uma recente pós-adolescente, achei um livro de Saint-Exupéry em uma feira de livros usados. Chama-se "Cidadela." Como está escrito na apresentação do livro, "Aqui temos um livro sem princípio, meio nem fim. Impossível medí-lo, extremamente difícil apreciá-lo, bastante ingrato ceder à veleidade de lhe facilitar o acesso."

O livro começou a ser escrito em 1943, mas o autor desapareceu em combate, tendo seu avião sido abatido na Bacia do Mediterrâneo, antes de terminar a sua obra. Assim, "Cidadela" tornou-se uma obra póstuma.

É um livro sobre um rei e sua cidade, o império que ele construiu.

É um livro sobre as cidades e impérios que construímos dentro de nós.

Escolhi algumas frases favoritas para reflexão.

Sobre o trabalho:
"Pobre trabalho o teu, se não for o pão dos filhos ou transformação tua em alguma coisa superior a ti. Que vale o teu amor, se ele não for mais que procura de um corpo? A alegria que esse amor te desse, seria uma alegria fechada em si própria."

Sobre o sofrimento e a alegria:
"Aquilo que te causa os sofrimentos mais graves, traz-te também as maiores alegrias. Porque sofrimentos e alegrias são frutos dos teus laços, e os teus laços, das estruturas que te impus. Eu cá quero salvar os homens e obrigá-los a existir, ainda que os leve pela via que faz sofrer, como a prisão que separa da família, ou o exílio que separa do império."

Sobre o egoísmo:
"Onde se diz que há egoísmo, o que sempre encontramos é mutilação. E aquele que anda por aí sozinho a dizer: "Eu, eu, eu," como que anda ausente do reino. Assim a pedra fora do templo, ou a palavra seca fora do poema ou aquele fragmento de carne separada do corpo."

Sobre a colaboração:
"A pedra não tem esperança de ser outra coisa que não pedra. Mas, ao colaborar, ela congrega-se e torna-se templo."

Sobre o amor e o ciúme:
"Não confundas o amor com o desejo de possuir, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contráriamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer........ o amor verdadeiro começa lá onde não espera mais nada em troca."

Sobre escrever:
"Quando tu escreves ao homem, carregas um navio. Mas bem poucos navios chegam ao porto. Sossobram quase todos no mar. Poucas frases há que mantenham a sua ressonância através da história.......... Que me interessam as coisas que sabe aquele que tu me indicas? para isso há o dicionário. Interessa-me mais é o que ele é. E aquele acolá escreveu o poema e encheu-o de seu fervor, mas falhou na pesca do alto mar. Não trouxe nada das profundidades. Significou-me a primavera, mas não a criou em mim na medida em que poderia ter alimentado dela, o coração."

Sobre o crescimento:
"Depois de ter fundado um rosto, é preciso que ele permaneça............. Porque a minha verdade, para ser fértil, deve ser estável. O que é que tu amarás, que será de fato das tuas grandes ações se mudares de amor todos os dias? Só a continuidade permitirá a fertilidade do teu esforço. Porque a criação é rara. Se por vezes é urgente que, para te salvar, ela te seja dada, seria mau que te atingisse todos os dias. Para preparar um homem, preciso de várias gerações. E, a pretexto de melhorar a árvore, não a corto todos os dias, para a substituir por uma semmente."

Sobre a morte e a vida:
"Embora a morte e a vida se oponham uma a outra, como palavras que são, o certo é que só podes viver daquilo que te pode fazer morrer. E o que recusa a morte, recusa a vida. Se não houver nada acima de ti, não tens nada a receber. A não ser de ti próprio. Mas que hás-de tu ir buscar a um espelho vazio?"

Sobre o poema:
"O poema é belo por razões que não pertencem à lógica, já que se situa num outro andar. Ele é tão mais patético quanto mais se estabelece na extensão. O som que é possível extrair de ti e que tu podes dar é sempre o mesmo, mas nem sempre é da mesma qualidade. E é má música aquela que te abre caminhos mediocres no coração. E o deus que te aparece é débil. Mas há visitas que te deixam adormecida, por tanto teres amado."

Um trecho da "Oração da Solidão":
"A solidão, Senhor, é apenas fruto de um espírito que está doente. Ele limita-se a habitar numa pátria, a qual é sentido das coisas. Assim o templo, quando ele é sentido das pedras. Ele só tem asas para este espaço. Ele não goza com os objetos, mas apenas com o rosto que se lê através deles e que os liga uns aos outros. Fazei simplesmente com que eu aprenda a ler. Nessa altura, Senhor, ter-me-há acabado a solidão."

É um livro belíssimo, e seria impossível esolher, entre tanta beleza, as frases certas para postar aqui. Escolhi aquelas que sublinhei há muitos anos, quando de minha primeira leitura.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Diários de Bicicleta, de David Byrne


Por: Márcia Rocha em Planeta Sustentável

Diários de Bicicleta
David Byrne
Editora Amarylis/ed. Manole, 2010
Ciclista de carteirinha há mais de 30 anos, o músico escocês David Byrne - fundador do Talking Heads, banda cult da década de 80, e conhecido por outros trabalhos ligados à música e ao cinema - se locomove sobre duas rodas não só por Nova York, cidade em que mora, mas também por outras metrópoles do mundo. Em suas viagens de lazer e a trabalho, ele costuma carregar um modelo dobrável na bagagem. Mais recentemente, adotou o hábito de alugar bicicletas nos lugares para onde viaja.

Em Diários de Bicicleta, Byrne conta suas incursões ciclísticas por cidades como Istambul, na Turquia, Buenos Aires, na Argentina, e Londres, na Inglaterra, só para citar três exemplos. E fala sobre aquelas que são mais amigáveis aos ciclistas - caso de Berlim, na Alemanha, Amsterdã, na Holanda, e de Melbourne e Adelaide, na Austrália.

Ele defende o uso da magrela como meio de transporte sem focar somente na questão da poluição ambiental - e esse é provavelmente um dos grandes méritos do livro. Os argumentos que ele usa para sustentar seu ponto de vista podem até ser vistos como um pouco egoístas, mas nem por isso são menos legítimos: a rapidez na locomoção, a maravilhosa sensação de liberdade que um passeio de bicicleta pode proporcionar ("O bastante para me manter nos eixos o resto do dia", escreve ele), um jeito agradável de fazer exercícios e a possibilidade de interagir mais com as pessoas e com a cidade, já que, segundo Byrne, um estilo de vida que gira em torno de automóveis é insustentável, em longo prazo, e desgastante no curto prazo. Isso em meio a reflexões sobre arte, arquitetura, planejamento urbano, comportamento, filosofia, moda etc. Tudo com bom humor, certa dose de ironia e um texto despretensioso, fácil de ler.

Com prefácio de Tom Zé, um dos artistas brasileiros que já teve trabalhos lançados internacionalmente por Byrne, o livro traz fotos tiradas em algumas cidades por onde ele passou, bem como divertidos projetos de bicicletários temáticos enviados ao Departamento de Transportes de Nova York . Não dá para deixar de mencionar também a simpática bicicletinha desenhada no pé da página que "anda" à medida que se avança na leitura.

Diários de Bicicleta, de Davis Byrne, faz parte do acervo da Biblioteca Comunitária da Ponte Grande.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Antologia Poética, de Cecília Meireles



Antologia poética é uma seleção, a única feita pela própria autora, de poemas publicados nos livros Viagem, Vaga música, Mar absoluto, Elegia 1933-1937, Retrato natural, Amor em Leonoreta, Doze noturnos da Holanda, O aeronauta, Romanceiro da Inconfidência, Pequeno oratório de Santa Clara, Canções, Metal rosicler e Poemas escritos na Índia, além de alguns inéditos até aquela época. De acordo com o crítico Antonio Carlos Secchin, tal seleção de textos, todavia, não se constitui em tarefa simples, na medida em que o conjunto de sua poesia é maciçamente homogêneo. Nada é mais sedutor do que recordar a aventura intelectual de uma escritora, ao mesmo tempo leitora de si mesma, a partir do material que ela elegeu como o mais expressivo de sua produção. Antologia poética é uma excelente introdução ao universo de Cecília Meireles, considerada por muitos como a mais importante poetisa da língua portuguesa.

fonte: www.livrariaresposta.com.br




 Quem quiser ler Antologia Poética, de Cecília Meireles pode conseguí-lo emprestado aqui na biblioteca.


"Cecília Meireles é uma daquelas vozes poéticas raríssimas que acontecem apenas uma vez em cada país. Com sua dicção bem autoral, a poeta consegue figurar como um dos maiores nomes do Modernismo brasileiro, claro, sem por isso, ter que ler e reler a cartilha dos modernistas da fase heróica. Sua grandeza está justamente em abandonar propostas ortodoxas e partir para uma experiência poética de extrema liberdade. Gosto de muitos aspectos da poesia de Meireles, tais como as metáforas que remetem a um universo feminino, os confrontos entre o micro e o macro, sua musicalidade neossimbolista, e o misticismo latente em cada verso. Outro tema tão caro à voz de Cecília é sua estreita relação com a morte. Dificilmente podemos ler um poema dela em que mesmo de longe ela não esteja desenhando letras que remetem à finitude humana".  
Continuar lendo...