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segunda-feira, 19 de maio de 2014

RODA DE LEITURA 2014/2015 - As aventuras do escrever

Por: Lucia Sasaki
As Rodas de Leitura  são um projeto de incentivo a leitura que se iniciou na Biblioteca Monteiro Lobato em 2008 e que desde então prossegue em diferentes pontos da cidade de Guarulhos. A curadoria dos títulos e a facilitação dos encontros é responsabilidade desta que vos escreve.

Atualmente há dois espaços que graciosamente se disponibilizam para os encontros mensais: o Coletivo 308, no bairro da Ponte Grande, e a Livraria Nobel do Espaço Novo Mundo, próximo do Bosque Maia.



As Rodas de Leitura tem dois momentos: a leitura individual do título do mês e o encontro nos espaços e datas citados. Confiram o calendário abaixo, façam suas leituras e visitem-nos! Vocês serão muito bem-vindos.

Em maio de 2014 terminamos o ciclo Culinária e começamos agora o ciclo  As aventuras do escrever, que se divide em 5 temas com três títulos cada:
  • Memórias da 2a. Guerra
  • Carolina Maria de Jesus e sua influência
  • Biografias (fictícias?) de escritores brasileiros
  • Aventuras da escrita
  • Conselhos de quem chegou lá



Locais dos encontros:

  • Biblioteca Comunitária do Espaço 308: Rua Paschoalina Migliorini, 131 - Ponte Grande - Guarulhos  
  • Livraria Nobel no Espaço Novo Mundo: Avenida Salgado Filho, 1453 - Centro - Guarulhos



2014
As aventuras da escrita
Tema 1: 
Memórias da 2a.Guerra

JUNHO
Coletivo 308: 07 (sábado) 16h
Espaço Novo Mundo: 10 (3a.feira) 19h



SHAEFFER, Mary Ann, BARROWS, Annie; tradução de Léa Viveiros de Castro
A sociedade literária e a torta de casca de batatas
Rio de Janeiro, Rocco, 2009. 304p.

O título conta a história de Juliet Ashton, uma escritora em busca de um tema para seu próximo livro. Ela acaba encontrando-o na carta de um desconhecido de Guernsey, Dawsey Adams, que entra em contato com a jornalista para fazer uma consulta bibliográfica. Começa aí uma intensa troca de cartas a partir da qual é possível identificar o gosto literário de cada um e o impacto transformador que a guerra teve na vida de todos. As correspondências despertam o interesse de Juliet sobre a distante localidade e narram o envolvimento dos moradores no clube de leituras – a Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata –, além de servirem de ponto de partida para o próximo livro da escritora britânica.


JULHO

Coletivo 308: 05 (sábado) 16h
Espaço Novo Mundo: 08 (3a.feira) 19h



Frank, Anne. O diário de Anne Frank 
Rio de Janeiro, Record, 352p.

O DIÁRIO DE ANNE FRANK, publicado originalmente em 1947, se tornou um dos relatos mais impressionantes das atrocidades e horrores cometidos contra os judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A força da narrativa desta adolescente — que mesmo com sua pouca experiência de vida foi capaz de escrever um testemunho de humanidade e tolerância — a tornaria uma das figuras mais conhecidas do século XX. Agora, seis décadas após ter sido escrito, o diário é finalmente publicado na íntegra. A nova edição traz um caderno de fotos, além de vários trechos inéditos.

AGOSTO
Coletivo 308: 16 (sábado, 16h)
Espaço Novo Mundo: 19 (3a.feira, 19h)



IBUSE, Masuji. Chuva negra 
São Paulo, Estação Liberdade, 328p.

Publicado originalmente em 1965, o romance revela como a experiência traumática da bomba atômica que atingiu Hiroshima em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, permanece atual como expressão dos vários reflexos de um evento atroz na experiência pessoal de cada vítima e na história da humanidade em geral.
Na trama, passados quase cinco anos da explosão, Shigematsu Shizuma e sua mulher, Shigeko, ambos com os sintomas daqueles que foram expostos à radioatividade, tentam arranjar um casamento para a sobrinha Yasuko. O boato de que também ela estaria contaminada, porém, afasta os pretendentes. Para provar que os comentários são infundados, o tio decide transcrever o diário da sobrinha daquela época, além de seu próprio e o da esposa, mas os escritos provam que a jovem esteve sob a chuva negra a caminho de Hiroshima.
Tema 2: 
Carolina Maria de Jesus e sua influência

SETEMBRO
Coletivo 308: 13 (sábado) 16h
Espaço Novo Mundo: 16 (3a.feira, 19h)




JESUS, Carolina Maria de Jesus. Quarto de despejo. 
São Paulo, Ática, 176p. (Sinal aberto)
O duro cotidiano dos favelados ganha uma dimensão universal no diário de uma catadora de lixo. Com linguagem simples, ela conta o que viveu, sem artifícios ou fantasias.

OUTUBRO
Coletivo 308: 11 (sábado) 16h
Espaço Novo Mundo: 14 (3a.feira) 19h






Saphire. Preciosa. 
Rio de Janeiro, Record. 192p.



Claireece Precious Jones suportou inimagináveis dificuldades em sua curta trajetória. Abusada pela mãe, estuprada pelo pai, ela cresce pobre, obesa, embrutecida, analfabeta, desprezada e, no geral, ignorada. Em seu próprio dialeto, ela se revela para os leitores: as humilhações constantes, os sonhos desfeitos e a resignação com que enfrenta a própria vida.
No Harlem, o reino dos sem voz, mora com a mãe, mulher solitária e cruel que assiste a TV incessantemente, devora toda a comida que Precious prepara e a submete suas tiradas raivosas. Apesar de tudo, a adolescente suporta a mãe com paciência surpreendente e segue em frente, tentando contornar os problemas do dia a dia com a cabeça erguida. E sonha com uma vida de celebridade, coberta de jóias, vestidos de luxo e um namorado bonitão.
Mas por causa da gravidez é forçada a abandonar a escola — o último e precário vínculo que a ligava ao restante do mundo — e é convidada a frequentar um centro de aprendizado alternativo. Ali, no fim da linha, está a senhorita Rain, uma jovem professora, radical e batalhadora por meio da qual Precious terá a possibilidade de recuperar sua voz e sua dignidade, descobrindo um mundo novo no qual poderá finalmente entender os próprios sentimentos e se expressar de uma maneira que nunca antes havia imaginado.

NOVEMBRO
Coletivo 308: 08 (sábado) 16h
Espaço Novo Mundo: 08 (3a.feira) 19h


SACOLINHA. 
Como a água do rio.
Rio de Janeiro, Aeroplano, 216p. (Tramas urbanas)


Relatando suas experiências com os livros, Sacolinha procura mostrar a muitas pessoas o que o hábito da leitura pode fazer pela vida de alguém. Nascido em São Paulo, Sacolinha conta como começou seu contato com os livros, encarou um vasto mundo de possibilidades e transformou-se em um dos principais agitadores culturais de seu tempo.
Para a antropóloga e pesquisadora da produção cultural da periferia, Érica Peçanha, que assina a quarta capa, Sacolinha é “um autor que fez da articulação uma palavra-chave em seu vocabulário e uma marca da sua trajetória. Entre leituras à luz de velas e experiências de gestão cultural, em pouco menos de três décadas de vida já lançou cinco livros de ficção e agora publica sua autobiografia. Em tempos de glamorização de jovens, negros e pobres que contrariam estereótipos, a narrativa de Sacolinha se distingue por não apelar para a vitimização. Nada na história aqui registrada é linear, gradual ou previsível. Um convite ao percurso por um rio de águas correntes e sempre abundantes”.
Tema 3: 
Biografias (fictícias?) de escritores

DEZEMBRO

Coletivo 308: 06 (sábado) 16h
Espaço Novo Mundo: 09 (3a.feira) 19h

TAHAN, Vivência Bretas. 
Cora coragem, Cora poesia
São Paulo, Global, 240p.
A biografia romanceada, forma preferida por Vicência, lhe permite adotar as liberdades de criação, peculiar à ficção, sem trair a fidelidade aos fatos, aumentando o interesse e a comunicação com o leitor. A vida narrada como uma novela, tão do agrado do leitor brasileiro. Assim, os episódios são vistos com um certo distanciamento, mas recriados com ternura, muito típica da autora, que se revela sobretudo nos momentos mais difíceis da vida da biografada, como a sua fuga de casa com um homem separado da esposa, a sua integração numa sociedade muito diferente da goiana, onde logo circula a sua condição de mulher não casada, um fato terrível naquelas primeiras décadas do século XX, a sua aceitação pela sociedade, numa espécie de metáfora da própria vida de Cora, uma história de superação.


***
2015

JANEIRO
Coletivo 308: 17 (Sábado) 16h



SANTOS, Joel Rufino dos Santos
Claros sussurros de celestes ventos
Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2012, 182p.


No livro, Joel Rufino inventa que dois dos maiores escritores negros do Brasil, Lima Barreto e Cruz e Sousa, se encontraram algumas vezes e que algumas de suas criaturas, como a Olga, do Policarpo Quaresma, e a Núbia, de Broquéis, continuam suas vidas em novos tempos e lugares. Pode ser lido como um romance histórico da revolução paulista de 32, do modernismo, das cidades mortas do vale do Paraíba, da crise de 29. Ou apenas como uma intensa ficção, em que o próprio estilo poético é personagem.

FEVEREIRO
Espaço Novo Mundo: 24 (3a.feira) 19h
Coletivo 308: 28 (Sábado) 16h





MIRANDA, Ana
A última quimera
São Paulo, Companhia das Letras, 2013, 323p.


Com sua rara habilidade de trazer até o presente o sentimento vivo do passado, Ana Miranda debruça-se neste livro sobre a vida e a obra de Augusto dos Anjos (1884-1914), o poeta que surpreendeu nosso mundo literário ao misturar a objetividade do cientificismo com os mais profundos sentimentos do ser humano. Lastreada por uma ampla pesquisa histórica, a autora não só dá corpo poético às inquietações metafísicas que consumiam o jovem poeta, como traça um quadro impecável dos costumes e principais acontecimentos da época: os descaminhos da República, as disputas políticas, a Revolta da Chibata, a modernização do Rio de Janeiro, o duelo entre Olavo Bilac e Raul Pompéia, a onipresente influência francesa, etc. O resultado é um panorama vivo de um dos momentos mais fascinantes de nossa história recente, numa obra literária instigante e memorável. 



Tema 4: 

Aventuras da escrita

MARÇO

Coletivo 308: 14 (Sábado) 16h
Espaço Novo Mundo: 17 (3a.feira) 19h



REZENDE, Maria Valéria
Quarenta dias 
Rio de Janeiro, Alfaguara, 2014. 248p.

“Quarenta dias no deserto, quarenta anos.” É o que diz (ou escreve) Alice, a narradora de Quarenta dias, romance magistral de Maria Valéria Rezende, ao anotar num caderno escolar pautado, com a imagem da boneca Barbie na capa, seu mergulho gradual em dias de desespero, perdida numa periferia empobrecida que ela não conhece, à procura de um rapaz que ela não sabe ao certo se existe.
Alice é uma professora aposentada, que mantinha uma vida pacata em João Pessoa até ser obrigada pela filha a deixar tudo para trás e se mudar a Porto Alegre. Mas uma reviravolta familiar a deixa abandonada à própria sorte, numa cidade que lhe é estranha, e impossibilitada de voltar ao antigo lar. Ao saber que Cícero Araújo, filho de uma conhecida da Paraíba, desapareceu em algum lugar dali, ela se lança numa busca frenética, que a levará às raias da insanidade. “Eu não contava mais horas nem dias”, escreve Alice em Quarenta dias, um relato emocional e profundo. “Guiavam-me o amanhecer e o entardecer, a chuva, o frio, o sol, a fome que se resolvia com qualquer coisa, não mais de dez reais por dia (...) Onde andaria o filho de Socorro?, a que bando estranho se havia juntado, em que praça ficara esquecido?”


ABRIL
Coletivo 308: 11 (Sábado) 09:30h
Espaço Novo Mundo: 14 (3a.feira) 19h




Gaarder, Joosten. 
O dia do curinga
São Paulo, Companhia de Bolso. 2007. 344p.

"Você já pensou que num baralho existem muitas cartas de copas e de ouros, outras tantas de espadas e de paus, mas que existe apenas um curinga?", pergunta à sua mãe certa vez a jovem protagonista de O mundo de Sofia.
Esse é o ponto de partida deste outro livro de Jostein Gaarder: a história de um garoto chamado Hans-Thomas e seu pai, que cruzam a Europa, da Noruega à Grécia, à procura da mulher que os deixou oito anos antes. No meio da viagem, um livro misterioso desencadeia uma narrativa paralela, em que mitos gregos, maldições de família, náufragos e cartas de baralho que ganham vida transformam a viagem de Hans-Thomas numa autêntica iniciação à busca do conhecimento - ou à filosofia.O dia do Curinga é a história de muitas viagens fantásticas que se entrelaçam numa viagem única e ainda mais fantástica - e que só pode ser feita por um grande aventureiro: o leitor.

MAIO 

Coletivo 308: 09 (Sábado) 09:30h
Espaço Novo Mundo: 12 (3a.feira) 19h



WINCHESTER, Simon
O professor e o louco: uma história de assassinato e loucura durante a elaboração do dicionário Oxford
São Paulo, Companhia de Bolso, 2009. 240p.


No século XVIII, época de descobertas científicas e de expansão dos ideais iluministas, a Inglaterra encontrava-se extremamente atrasada nos estudos da própria língua. Enquanto França, Itália e Alemanha já possuíam livros e instituições dedicados à filologia, autores como Daniel Defoe e Jonathan Swift eram obrigados a se virar sem um dicionário que fixasse a língua inglesa. Obras como o maravilhoso A dictionary of the English language (1755), de Samuel Johnson, vieram suprir a falta prolongada desde os tempos de Shakespeare, que no século XVI teve de escrever suas peças sem um único livro ao qual pudesse recorrer para consultar a grafia ou o significado de uma palavra. 
Mas foi apenas no ano de 1857, em plena era vitoriana, que a ideia de um dicionário que abrangesse a língua inglesa como um todo, desde a preposição mais corriqueira até o substantivo mais longo e obscuro, veio à tona. Partindo de alguns preceitos já usados por Johnson, o New English Dictionary - futuro Oxford English Dictionary - usaria citações (literárias ou não) para ilustrar o sentido, a origem e as mudanças sofridas ao longo do tempo no significado de todas as palavras anglo-saxônicas. 
O uso de voluntários para empreender tamanho projeto foi uma iniciativa necessária e inovadora em sua época, e foi também o que permitiu o encontro de duas figuras fascinantes: o filólogo autodidata James Murray, irlandês de origem humilde, que dedicou quarenta anos à edição do OED, e o americano de família rica e tradicional, William Chester Minor, médico promissor e dedicado que teve de passar a maior parte da vida entre os muros de um hospital psiquiátrico e de lá foi um dos colaboradores mais profícuos e eruditos do dicionário. 
Com uma prosa simples e apaixonada, de quem descobre com o leitor a profusão de histórias que existe por trás dos setenta anos da elaboração do OED, Simon Winchester mergulha na vida desses dois personagens profundamente ligados àquele que é um dos maiores e mais importantes dicionários de todos os tempos.



Tema 5: 
Conselhos de quem chegou lá

JUNHO

Coletivo 308: 13 (Sábado) 09:30h 
Espaço Novo Mundo: 09 (3a.feira) 19h




RILKE, Rainer Maria
Cartas a um jovem poeta
Porto Alegre, L&PM, 2006. 96p. (L&PM Pocket)

Paris, fevereiro de 1903. Rainer Maria Rilke (1875-1926) recebe uma carta de um jovem chamado Franz Kappus, que aspira tornar-se poeta e que pede conselhos ao já famoso escritor. Tal missiva dá início a uma troca de correspondência na qual Rilke responde aos questionamentos do rapaz e, muito mais do que isso, expõe suas opiniões sobre o que considerava os aspectos verdadeiros da vida. A criação artística, a necessidade de escrever, Deus, o sexo e o relacionamento entre os homens, o valor nulo da crítica e a solidão inelutável do ser humano: estas e outras questões são abordadas pelo maior poeta de língua alemã do século XX, em algumas das suas mais belas páginas de prosa.

JULHO
Coletivo 308: 11 (Sábado) 16h
Espaço Novo Mundo: 07 (3a.feira) 19h




BRADBURY, Ray
Zen e a arte da escrita
São Paulo, Leya, 2011, 168p.

Neste livro exuberante, o incomparável Ray Bradbury compartilha sua sabedoria, experiência e estímulo de uma vida de escritor. Aqui estão dicas sobre a arte da escrita dadas por um mestre do ofício. Um livro que reúne tudo, desde encontrar ideias originais até desenvolver a própria voz e o estilo, bem como leituras, impressões da infância e os bastidores da notável carreira de Bradbury como um autor fecundo de romances, contos, poemas, roteiros de filmes e peças de teatro. O Zen e a arte da escrita é mais do que um simples manual para o aspirante a escritor, é uma celebração do ato da escrita, que vai encantar, exaltar e inspirar o escritor em você.
AGOSTO
Coletivo 308: 08 (Sábado ) 16h 
Espaço Novo Mundo: 18 (3a.feira) 19h



GOLDBERG, Natalie
Escrevendo com a alma: liberte o escritor que há em você
São Paulo, Martins Fontes, 2008. 228p.

Escrevendo sob a perspectiva tanto de um experiente professor de redação como de um praticante do Zen, o livro de Natalie Goldberg tem como objetivo estimular escritores a confiar em si mesmos e pregar uma atitude complacente e generosa para com o ofício, ao mesmo tempo conferindo à disciplina seu devido papel. Segundo a autora, nós sonhamos poder contar as nossas histórias - descobrir nossa maneira de pensar, sentir e ver as coisas antes que a morte nos leve. A escrita é um caminho para nos encontrarmos e nos aproximarmos de nós mesmos. A obra mostra como a atividade de escrever traz mais confiança e ensina a despertar.